08 outubro, 2013

O cozido à Portuguesa


Este Outubro está do melhor. Pensava eu e provavelmente muita gente que o Inverno tinha assentado arraiais por aqui. Que já tinha chegado de malas aviadas, cheias de chuva, dias e noites frias a cobrirem a nossa rotina. Pois bem, afinal ainda havia uma mala com muito sol e cheia de noites amenas, onde ainda se permite beber um copo de vinho e contemplar as estrelas...se as houver no céu.



E eu, que já tinha me empoleirado na cadeira para chegar ao roupeiro e agarrar o edredom do IKEA, pois, porque a manta de verão deixa entrar a brisa noturna que me atrapalha o meu sono que se quer descansado.



E eu que já tinha andado a esgravatar gavetas, a organizar roupas quentes para os garotos, olhando de lado para os calções e t-shirts e a piscar o olho à roupa do ano passado que talvez ainda sirva mais um ano.



E eu que já fui a correr para a loja mais próxima em busca de calças que sirvam com decência aos filhos que não param de crescer. Pois, afinal, as pernas e os braços ainda podem andar ao léu porque o sol ainda é quente.



Há dois fins de semana chovia a potes, já eu planeava agarrar-me à panela de pressão e botar lá para dentro os chouriços de sangue, as farinheiras, os chouriços, os chispes e as vacas, cozer feijão na companhia do nabo e das couves, uiiii as couves e não é que a chuva pirou-se....e sem chuva não há cozido. Pois, toca a arrumar a panela lá do fundo do armário e esta só volta a sair quando caírem novamente as chuvas do Outono.



Não que me queixo, o cozido à Portuguesa pode e vai esperar. Até porque o sol puxa à esplanada e às praias, e praias é que não faltam por aqui...e os garotos andam mais contentes. E os remédios do inverno para as gripes, constipações e alergias ficam no armário, provavelmente também já fora de prazo, como as calças do ano passado que já não servem para este ano....