Não sei ao certo quais os critérios para decidir quem leva para casa a estatueta dourada de Hollywood.
Na minha opinião, o grande prémio para actor secundário foi muito bem atribuído.
Se a ideia foi: salientar e homenagear o papel de alguém muito à frente no seu tempo, então este Óscar foi para a personagem/actor certo. Assenta-lhe que nem uma luva.
Para quem viu o filme ou para quem ainda não o viu, este personagem é dono duma serenidade, subtileza, sensibilidade, humanidade e inteligência soberbas.
Depois de o visionarem, pela curiosidade de perceber porque razão foi este, e não outro, o actor que ganhou a estatueta, irão certamente despertar as vossas consciências para aquele que foi o maior (a par com o nazismo) o momento mais vergonhoso da existência humana: a escravatura. Então, então terá valido a pena, a atribuição deste prémio a Christoph Waltz (Django).
Foi nesta perspectiva que eu vi a atribuição deste prémio pela Academia. Presentear e homenagear o actor mas também despertar consciências.
Sem dramas, lembrar-nos daquilo que o ser humano é capaz de fazer ao outro, igual a si.
Mas também dár-nos a noção de que nem todos seguem a corrente, "go with the flow".. Há os que lutam, os que se sacrificam em prol dos outros (ver filme), como foi o caso.
And the Oscar goes to: o actor que soube representar como nenhum outro, a inteligência, a modernidade, o sentido de justiça, a compaixão do Homem. E haverá muitos por aí, nesse mundo, homens e mulheres, bons homens e mulheres, bons na sua essência....
Parabéns ao actor, parabéns ao Tarantino e por fim, parabéns à Academia.